Flamengo conquista o tricampeonato
Flamengo vence a Supercopa e se consagra tricampeão, dominando o Botafogo na final.

O Flamengo chegou embalado pelas boas atuações no fim da última temporada, agora sob o comando de Filipe Luís, que assumiu após a saída de Tite. Já o Botafogo enfrentava um cenário de reconstrução: perdeu Almada e Luiz Henrique, seus principais destaques, viu o técnico Artur Jorge partir para o futebol do Catar e ainda entrou na decisão sem um comandante definido. Para piorar, o zagueiro Bastos sofreu uma lesão e foi desfalque na final.
Antes do apito inicial, a Supercopa contou com um show de Joelma, uma das maiores artistas do Pará, estado escolhido para sediar a final.
Joelma fez o show de abertura da Supercopa Rei
O JOGO
O Flamengo começou a partida em alta rotação, enquanto o Botafogo entrou como se fosse apenas mais um jogo. Em poucos minutos, o rubro-negro já dominava todas as ações ofensivas.
A primeira grande chance veio quando Gerson deu um passe magistral para Bruno Henrique, que bateu cruzado e foi travado por um carrinho de Lucas Halter. Pênalti claro! Na cobrança, Bruno Henrique bateu firme, John ainda tocou na bola, mas não conseguiu evitar o gol: 1 a 0 Flamengo.
Logo depois, a partida foi interrompida devido às condições climáticas, resultando em mais de uma hora de paralisação. Na retomada, o cenário seguiu o mesmo: Flamengo no controle e criando chances claras.
O segundo gol veio em uma jogada iniciada pelo goleiro Rossi. Plata desviou, e Michael ficou com a bola em condições ideais para acelerar. No entanto, ele teve calma, prendeu a marcação e, no momento certo, serviu Bruno Henrique, que bateu de primeira e marcou um golaço.
Bruno comemora um de seus gols
No segundo tempo, o Botafogo voltou mais organizado, enquanto o Flamengo reduziu o ritmo para administrar a vantagem. Mesmo precisando de dois gols para levar a decisão aos pênaltis, o alvinegro só levou perigo aos 33 minutos.
Na sequência, Luiz Araújo aproveitou um erro defensivo, saiu cara a cara com John e, com muita categoria, encobriu o goleiro para fazer um golaço: 3 a 0. A comemoração durou pouco, já que três minutos depois Patrick de Paula aproveitou um bate-rebate na área e descontou para o Botafogo.
Nos minutos finais, o Flamengo controlou a posse de bola e esperou o apito final. Ainda houve tempo para Filipe Luís colocar Danilo em campo, garantindo ao volante uma estreia com título.
DESTAQUES INDIVIDUAIS
Sem dúvidas, os dois gols de Bruno Henrique foram o grande destaque da final. Por isso, conquistou o prêmio de melhor jogador da final e foi premiado com a coroa de rei da final. Ao ser entrevistado após o jogo, o craque disse que gostaria que o Flamengo confeccionasse várias réplicas dessas coroas para entregar aos demais jogadores.
Bruno Henrique recebendo o prêmio de craque da final
Porém, a atuação do técnico Filipe Luís também merece elogios, já que ele montou uma estratégia vencedora. Outro ponto positivo foi a retomada do bom futebol de Michael, que teve participação crucial na partida. Além disso, Luiz Araújo entrou muito bem no jogo e deixou sua marca com um belo gol.
Pelo lado do Botafogo, foi difícil encontrar um destaque. No entanto, Igor Jesus e Gregore foram os mais regulares. Gregore manteve seu nível habitual, sem comprometer na dura derrota. Já Igor Jesus, apesar de não ter brilhado, conseguiu dar continuidade às jogadas quando acionado.
O maior destaque negativo foi, sem dúvidas, Savarino. De jogadores desse nível, espera-se impacto decisivo, mas sua atuação ficou muito abaixo do esperado.
A ESTRATÉGIA VENCEDORA
Depois do início avassalador do Flamengo de Filipe Luís, fica difícil entender qual era a estratégia do técnico botafoguense Carlos Leiria para o clássico.
O Botafogo entrou em campo com uma postura reativa, como fez em diversos momentos de 2024. O que Leiria não esperava era que o Flamengo fosse imprimir um ritmo tão intenso desde o início, buscando resolver o jogo rapidamente. Filipe Luís, inspirado no Flamengo de Jorge Jesus — equipe da qual fez parte como peça fundamental na lateral esquerda em 2019 —, adotou uma abordagem agressiva e dominante.
O rubro-negro iniciou a partida em um 4-4-2, com Plata e Bruno Henrique mais adiantados. Michael dava amplitude pela ponta esquerda, enquanto Wesley explorava o corredor ofensivo pela direita. Esses dois foram um tormento para a defesa botafoguense: Michael infernizou o lateral Ponte, enquanto Wesley causou sérios problemas para Alex Telles.
Mostrando repertório tático, Filipe Luís fez ajustes no segundo tempo. Com a entrada de Arrascaeta, o time passou a atuar em um 3-3-2-2 sem a bola, mantendo Wesley e Michael abertos pelos lados, enquanto Arrascaeta e Gerson articulavam as jogadas. Na frente, Bruno Henrique e Plata seguiam como referências ofensivas.
Com a entrada de Juninho, a equipe sofreu uma nova alteração tática. O Flamengo passou a jogar no 4-3-3, com Juninho como centroavante, Arrascaeta centralizado na armação, Gerson deslocado para a ponta direita e Michael mantido na esquerda. A versatilidade da equipe sob o comando de Filipe Luís deixou o Botafogo sem reação e consolidou a vitória com autoridade.
Filipe Luís comemora mais um título como treinador
A IMPORTÂNCIA DA CONQUISTA
Ganhar um título já é especial, mas vencer um rival na decisão torna tudo ainda mais simbólico. E, para o Flamengo, a conquista da Supercopa veio em um momento estratégico.
Luiz Eduardo Baptista assumiu a presidência com a promessa de profissionalizar ainda mais o clube, e um tropeço logo no início poderia aumentar a pressão sobre a nova gestão. O diretor de futebol José Boto também precisava de um respaldo imediato, assim como Filipe Luís, que está apenas começando sua carreira como treinador.
A vitória dominante, no entanto, mandou um recado claro: o Flamengo está pronto para disputar todos os títulos da temporada.
Para o Botafogo, a derrota expôs falhas de planejamento. A Supercopa era um compromisso conhecido há tempos, e o clube sabia que enfrentaria um rival forte. Ainda assim, optou por preservar titulares em jogos anteriores, comprometendo o ritmo de jogo na final.
Mesmo com a saída de Artur Jorge e as dificuldades na busca por um novo técnico, o Botafogo poderia ter adotado outra estratégia. Deixar para retomar a competitividade apenas três dias antes da decisão foi um erro grave. Além disso, os reforços tiveram pouco tempo para se adaptar ao time.
Por fim, é importante ressaltar que não foi apenas a falta de ritmo que decidiu o jogo. O Flamengo venceu porque foi amplamente superior, tanto taticamente quanto tecnicamente.
CURIOSIDADES
- Com a conquista da Supercopa, o Flamengo se isolou como o maior campeão do torneio, chegando ao seu terceiro título.
- O troféu conquistado em Belém também fez o rubro-negro alcançar um feito histórico: vencer títulos em todas as regiões do Brasil.
- A premiação milionária coroou a vitória: o Flamengo embolsou R$ 12 milhões, enquanto o Botafogo ficou com R$ 6 milhões.

O atual campeão brasileiro, Botafogo, recebeu uma lição sobre a importância do planejamento para um jogo decisivo. A derrota torna ainda mais urgente a busca por um treinador que acelere o padrão tático da equipe e permita uma temporada tão exitosa quanto a anterior.
Com a vitória incontestável, o Flamengo reafirma sua força no cenário nacional e inicia o ano com um título que dá moral para os desafios que virão. Filipe Luís mostrou que pode conduzir a equipe com personalidade, enquanto Bruno Henrique, Michael e Luiz Araújo foram protagonistas na decisão.
Agora, as atenções voltam para o Campeonato Carioca. O Flamengo busca ampliar sua hegemonia como maior campeão estadual, enquanto o Botafogo tenta melhorar o desempenho da última temporada, quando ficou fora das semifinais e teve que disputar a Taça Rio, torneio paralelo ao título principal.
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